A reforma tributária, que foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último mês de janeiro, estabelece um novo modelo de tributação sobre o consumo. Mas como isso afeta o varejo farmacêutico?
A Lei Complementar Nº 214/25 institui a criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo (IS), que recairá sobre produtos prejudiciais à saúde e/ou ao meio ambiente.
Para o canal farma, os medicamentos terão menos impostos, mas a distribuição e a indústria perderão benefícios fiscais, custo que tende a ser repassado para o varejo.
Reforma tributária: farmácias têm menos flexibilidade
Para o fundador e CEO da IMendes, Izac Mendes, um dos principais desafios da reforma tributária para o varejo farmacêutico será a ausência de flexibilidade para lidar com eventuais majorações. “Os gestores trabalham com um teto e não podem aumentar o preço do medicamento para absorver esse custo extra. Em paralelo, com a alta competitividade do mercado, é necessário precificar com ainda mais cautela”, alerta.
Outro ponto diz respeito às substituições tributárias. “Em torno de 70% dos produtos presentes no mix de uma farmácia, sobre os quais incidiam os pagamentos de PIS/Cofins ou ICMS, passarão a conviver com a nova CBS”, destaca.
Para o especialista, o caminho para lidar com essa nova realidade passa pela digitalização de processos. “Se fala muito sobre a digitalização da operação da farmácia. Esse conceito deve ser ampliado também para o tributário”, afirma.
O diretor de Business Process Outsorcing (BPO) da Procfit, Paulo Machado, também reforça a visão. “Existem produtos que podem gerar créditos tributários, controle que se torna muito mais prático com uso intensivo da tecnologia”, acredita.
Tecnologia passa por atualizações constantes
Machado também destaca que, apesar das mudanças no horizonte, um bom sistema de gestão tributária se manterá atualizado. Afinal, são necessárias mudanças até mesmo semanais para acompanhar as constantes modificações.
“Temos um comitê que se reúne semanalmente para discutir as mudanças da semana anterior. Além disso, empregamos uma inteligência artificial no acompanhamento de alterações nas esferas municipal, estadual e federal”, explica.
Segundo o executivo, o módulo tributário da Procfit já está atualizado para lidar com a reforma. “Os empresários precisam ter um sistema extremamente confiável, que dê as respostas que ele precisa”, afirma.
Preparação depende do hoje
Apesar de reforçar o protagonismo da tecnologia, Machado alerta que o primeiro passo é ajeitar a casa. Ele aconselha as seguintes medidas:
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